terça-feira, 14 de outubro de 2008

"...e ser-me-eis testemunhas..."

Após a ressurreição de Jesus, os seus discípulos ficaram um tanto frustrados, conforme podemos inferir das atitudes de cada um. Os que eram pescadores, por exemplo, voltaram ao velho ofício e, esse abandono pela causa do Mestre foi generalizado.

Mas com o advento da aparição do Senhor aos mesmos, o quadro foi mudado: eles voltaram a alimentar aqueles sonhos acalentados por cerca de três anos e meio.

No capítulo primeiro do Livro de Atos dos Apóstolos, o Mestre já estava se despedindo deles, visto que precisava retornar à sua casa celestial. Mas o Senhor teve o cuidado de lhes recomendar que não se ausentassem de Jerusalém, antes de receberem a concretização da promessa do Pai, ou seja, serem revestido de poder.

Naquele momento, os que estavam reunidos não perderam a oportunidade e o interrrogaram se a promessa do Pai seria acompanhada do restabelicimento do Reino de Israel, uma vez que a nação continuava sendo dominada pelo Império Romano.

Jesus, por sua vez, retrucou-lhes que não estivessem preocupados com "os tempos e as estações que o Pai estabeleceu pelo próprio poder", ou seja, não deviam se preocupar com as questões políticas e temporais. Eles estavam fundando uma comunidade voltada para os interesses espeirtuais.

Logo em seguida, retomou sua linha de pensamento: "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1.8).

Jesus Cristo deixou bem claro qual deve ser o objetivo principal de sua Igreja: ser testemunha de Cristo. A Igreja é a Embaixada do Céu na terra. Nenhuma outra instituição tem autorização para falar em nome da Pátria Celestial. Não se pode desviar a Igreja desse seu alvo, que é propagar o Reino de Deus entre os homens, em todos os povos e nações. Cada Cristão deve restemunhar de Cristo tanto em sua comunidade, como também, avançando até atingirmos os mais longínquos lugares da terra. (Atos 1.8)

Nos dias atuais, temos visto muitas anomalias entre aqueles que se dizem igreja de Jesus. Para se idéia do que estou falando, pudemos assistir boquiabertos a alguns noticiários mostrando
que determinada organização de pastores, de um dos estados brasileiros, se colocou contra uma determinada candidatura nas últimas eleições. Fizeram toda uma campanha publicitária nesse sentido. Isso mostra um total desvirtuamento do seja a missão da Igreja. Como esse pessoal vai poder pregar o evangelho para os partidários dessa candidatura combatida? Será que Jesus só veio salvar os adepitos de certas correntes políticas, em detrimento de outras?

Tem muitas pessoas pensando que é papel da Igreja apresentar candidaturas e defendê-las a todo custo, afirmando que essa é uma forma de determos o mal no meio político. Muitas vezes, nem têm o cuidado de investigar se tais pessoas são diferentes dos demais corruptos que já passaram pelo poder.

Não sou contra a participação de evangélicos na política. O que não concordo é com o envolvimento da instituição Igreja (CORPO DE CRISTO) tomando partido. Partido é divisão. Divisão exclui. A Igreja não foi fundada para excluir. A origem da palavra igreja deixa claro que ela é o cojuntos dos que foram chamados para fora do mundo de pecado, para servir a Deus. A igreja local que elege a política como meta, começa a perder a visão bíblica de organismo espirtual e entra num processo de transformação em uma organização, meramente humana.

O que a Igreja deve fazer é ensinar aos membros do corpo de Cristo que os mesmos devem ser diferentes dos que não conhecem a Deus. Esse ser diferente inclui a reprovação da corrupção. Por exemplo, precisamos pregar que a venda de votos é pecado, não só para o político (comprador), mas também para o eleitor (vendedor). O cristão precisa deixar de votar em pessoas que sejam a favor dessa prática, mesmo que os tais se digam cristãos.

Não basta ser crente (evangélicos, como queiram) é preciso ser honrado, honesto, contra a corrupção. Digo isso, porque tem políticos evangélicos que se comportam de maneira semelhante aos demais que não o são. Fazem todo tipo de negociatas escusas. Essas pessoas precisam ser marcadas e defenestradas da política.

Quando os crentes estiverem convertidos nessa área tão nevrálgica, que é a política, teremos condições de nos apresentar a esse mundo corrupto com nomes que terão condiões de governar, sem surrupiar o dinheiro público. Os governantes honestos que não se elegem comprando votos, têm todas as condições de governarem de forma decente e proba.

Contudo, deixo claro, que mesmo chegando a esse patamar de moralidade, a Igreja não deve eleger a ascensão ao poder temporal como uma meta sua. O foco da Igreja é, e continuará sempre sendo, o de anunciar o nome daquele que morreu na cruz para salvar os perdidos.

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